terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Lá e de volta outra vez...

Originalmente publicado em 18/01/2011.



“I’m so happy, cause today i found my friends. They’re in my head...”

Como me disse um estimado amigo professor: “Que beleza que é janeiro, não? Temos tempo pra quase tudo; depois, vira aquela muvuca...” Em meio às andanças possíveis deste mês, tive um pensamento súbito, muito revelador e, por que não, reconfortante...

Entrando na estação de trem, pensei em ouvir algo mais empolgante, uma trilha sonora adequada para encarar multidões em movimento frenético, por exemplo. Deparei-me com o saudoso álbum “Nevermind”, do Nirvana, em meio à lista virtual do iPhone. A capa e, principalmente, o conteúdo trazem tantas, mas tantas lembranças... Ouvi muito esse disco, depois de maior parte dos meus amigos, claro (não seria eu se me dispusesse tão rapidamente a ouvir algo novo enquanto todos ouvissem; preciso de mais tempo do que a maioria, acho). De qualquer forma, ouvi-lo sempre é um transporte direto aos idos de 1995 e 1996, quando eu “tocava” baixo em uma banda e gostávamos do álbum; eu tinha cabelos compridos, dezesseis, dezessete anos e um ouvido diferente do que tenho hoje: menos aberto, com muito menos repertório, mas que ainda preserva a mesma disposição para aprender.

Comecei a pensar em quem eu era, como me sentia, naquela fase de final de Ensino Médio (que ainda era Colegial, àquela altura). Com o que eu sonhava? Quem eram as pessoas que me cercavam? Como eu via as coisas? Na qualidade de historiador, comecei a me questionar sobre até que ponto minha visão do passado estaria distorcida pelas experiências posteriores, pois o passado (sem falar na memória!) está em constante movimento... Fiz, então, o quase inverso: comecei a pensar no que aquele João, naquela época, esperava encontrar no João adulto, quinze anos depois, se é que esperava alguma coisa: percebi que a pessoa que sou hoje nem estava nos planos daquele João, mas o encheria de alegria, colocando um largo sorriso em seu rosto, seguido daquele arrepio quente e gostoso de satisfação com o que procuramos ser.

Não venci na vida. Tal coisa não existe. Que bom!

“I’m so ugly, But that’s ok, ‘cause so are you. We’ve broke our mirrors...”

Yeah.